Que pena, este evento já terminou! :(

Tó Trips & João Doce
Música & Festivais
Salão Brazil JACC, Coimbra
Descrição do Evento
Co-fundador de marcos da recente música nacional, como é o caso
dos Lulu Blind ou Dead Combo, e membro da fase final dos Santa
Maria Gasolina em Teu Ventre, Tó Trips lançou em 2009 o seu
primeiro álbum a solo, ‘Guitarra 66’, pela Mbari, efusivamente
recebido pela crítica. Lindo registo de música crua, aberta,
generosa, de espírito nomádico, encaixa as pistas e materializações
que Trips dava já nos Dead Combo. O meta-fado de Paredes, a música
de fantasminhas da boémia lisboeta, a tradição cubana como vista
por Marc Ribot, o lado mais lírico do western spaghetti de Ennio
Morricone ou o encontro ibero-árabe do flamenco, deixando-nos com
uma linguagem que entretece todos estes vocabulários e o torna uma
língua sua, real como só os verdadeiramente bons e honestos o
conseguem ser. Guitarrista do melancólico e do luminoso, transforma
em som um homem que é profundamente português, fascinado pelas
viagens – reais, internas, imaginárias e impossíveis.
Regressou em 2015 com o novo disco “Guitarra Makaka – Danças a um
Deus Desconhecido”. E mais uma vez não se deixa Tó prender a
fórmulas, não obstante possuir, à guitarra, um estilo
particularmente distinto. Isto é, o aparecimento de um novo disco a
solo seu deve-se, antes de mais, à necessidade de documentar o
desenvolvimento e exploração de uma nova linguagem. Mais
concretamente à guitarra Resonator, com os seus cones metálicos a
ampliar de modo natural o som e raízes associadas a ícones como
Tampa Red ou Bukka White. Não que Tó finja aqui ser quem não é –
aliás, mais longe do blues do delta do Mississippi não podia
estar.
Afinal, o seu interesse na tradição será apenas por aquilo que – na
acepção real do termo – ela possui de mais primitivo. Isto é, o seu
projeto é efetivamente o da prossecução daquilo que, em rigor, nas
cordas de aço, nunca existiu em lugar nenhum. Daí que se socorra da
alegoria da “ilha imaginária”, embora trabalhe igualmente no
sentido de evocar memórias específicas. No fundo, mais não se fala
do que de uma música que soube fazer do isolamento uma fortaleza e
da independência o melhor que tem a dar de si.
Ao vivo, na senda de levar “Guitarra Makaka” pelo país fora, Tó
convidou e construiu um espectáculo cúmplice e entusiasmante com o
percussionista João Doce, reputado músico angolano residente em
Esmoriz, Aveiro, sobejamente (re)conhecido como membro dos Wray
Gunn e colaborador de The Legendary Tigerman.
Morada:
Largo do Poço, nº3, 1º Andar ,Coimbra ,CoimbraCoordenadas GPS:
40°12'37.62"N8°25'56.27"W