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GALERIA ZÉ DOS BOIS ENCERRA TEMPORÁRIAMENTE ATÉ 3 DE ABRIL

A Galeria Zé dos Bois, no Bairro Alto em Lisboa, encerra temporáriamente até ao próximo dia 3 de Abril, na sequência das orientações da Direção-Geral da Saúde para diminuir a evolução epidemiológica pelo novo Coronavírus (Covid-19).

A direcção da Associação Zé dos Bois, decidiu por isso encerrar as instalações da Galeria Zé dos Bois e suspender todas as actividades a partir de hoje dia 11 de Março, e até ao próximo dia 3 de Abril, com vista a reduzir os riscos de exposição e contágio.

Os eventos anunciados para este período, nomeadamente: LUZ AQUÁRIO c/ Giant Swan, Opus Pistorum e Dexter b2b marum no Lux Frágil, a inauguração da exposição Parágrafo de Marco Franco, o concerto de Moon Duo no B.Leza, a Borshch Nacht #1 com Puce Mary e Ivy’s HandsOdete Water Bender release party e o lançamento do disco “TAU TAU” de CALHAU!, encontram-se cancelados até nova data.

Todos aqueles que tenham adquirido entradas previamente para eventos suspensos devem contactar o serviço de apoio da bol.pt através do email (ajuda@bol.pt) ou os pontos de venda onde os bilhetes foram adquiridos.

Estas medidas temporárias estão sujeitas a avaliação permanente, pelo que a informação será mantida e atualizada do site zedosbois.org e respetiva página do Facebook.

A Galeria Zé dos Bois, no Bairro Alto em Lisboa, encerra temporáriamente até ao próximo dia 3 de Abril, na sequência das orientações da Direção-Geral da Saúde para diminuir a evolução epidemiológica pelo novo Coronavírus (Covid-19).

JULIA HOLTER, PUCE MARY E CROATION AMOR JUNTAM-SE À PROGRAMAÇÃO DA ZDB

Julia Holter sedimentou-se como compositora essencial dos nossos tempos, aprofundando a pop, tornando-a num registo artístico profícuo de tacto barroco. Regressa agora à ZDB para um concerto fora de portas no Capitólio a 29 de Maio (dia 27 no Centro Cultural Vila-Flor e 28 no Teatro Municipal da Guarda). Espectáculo muito especial, inserido nas comemorações do 25º aniversário da ZDB, que apresentará ao longo de todo o ano uma série de concertos fora de portas. 

Na música de Julia Holter há lugar para inúmeros espaços, todos eles ocupados de tudo e até de silêncios que podem parecer vazios, embora sejam esculpidos para se preencherem de respirações que ficam em suspenso. Aviary editado em 2018, é o seu quinto disco oficial. É mais um lugar suis generis na obra da compositora, um disco repleto de referências, que no entanto, não descura os arranjos vocais ousados regularmente presentes nos trabalhos do passado. Conferem-se momentos de expansão ilimitada, reflectem-se inspirações assumidas — Kate Bush, cânticos tibetanos e música medieval — reconstruindo-se sobre teclas vulneráveis, formando fortalezas sonoras que se aparentam efémeras, mas renascem robustas e culminam em noventa minutos de belas canções. Julia Holter subirá ao palco do Capitólio na presença de sete músicos, momentos de partilha e imponência contrastantes com a solidão do passado, em que a introspecção se agitava no epicentro da sua excentricidade musical. 

“The Drought” (PAN records) é o mais recente trabalho de Puce Mary que cruza o industrial com sonoridades bizarras, uma estreia em Lisboa a acontecer já no próximo dia 20 de Março, com os madeirenses Rui P. Andrade & Aires na primeira parte. E imediatamente na semana seguinte sentir-se-à a sensibilidade pós-humana, por vezes próxima de Arca ou Tim Hecker, do iconoclasta Croatian Amor que põe em prática a melhor feitiçaria em prol de um registo que não pertence ao mundo real. Loke Rahbek apresenta o seu mais recente trabalho Isa (2019) em primeiríssima mão na ZDB no dia 29 de Março. A estes nomes juntam-se os já previamente anunciados Downtown Boys (8 Março), Sarah Davachi (13 Março), Colin Stetson na Igreja de St. George (8 Abril) e Giant Swan (16 Abril).

NOVAS CONFIRMAÇÕES ZDB MUZIQUE 2018

NOVAS CONFIRMAÇÕES ZDB MUZIQUE 2018 – As cantoras-compositoras americanas, Julie Byrne e Circuit de Yeux, autoras de dois dos álbuns mais celebrados do ano transacto (Not Even Hapiness Reaching for Indigo) fazem parte dos nomes que a ZDB agora anuncia. Julie Byrne tocará numa sala ainda por anunciar no dia 15 de Junho, e Circuit des Yeux regressa ao Aquário no dia 29 de Abril de 2018.

A estes juntam-se a actriz, drag queen, cantora, compositora e activista transexual brasileira de funk carioca e pop Linn da Quebrada (2 Março), Les Filles de Illighadad do Níger (11 de Março), Shannon Lay a cantora e compositora que acompanhou Ty Segall e Kevin Morby​ nas suas tours, com um álbum novo lançado em Setembro de 2017 pela Woodsist Records, actuará dia 23 de Março na ZDB e no dia seguinte na Casa da Cultura em Setúbal. No mesmo mês E. Jane também conhecida por Mhysa, alter-ego pop responsável pelo extraordinário ”fantasii”, um dos álbuns do ano nas contas da Wire​, também passará pela ZDB no dia 28 deste mês. No dia 11 de Abril a comemoração é outra Nadah El Shazly vem do Cairo para apresentar o seu “Ahwar” lançado no final do ano passado.

Estes nomes juntam-se aos já anteriormente anunciados Giovanni Di Domenico (3 de Fevereiro), Josephine Foster e Ka Baird (14 de Fevereiro), Liima (21 de Março), Tim Bernardes (14 Junho) e Angel Olsen (14 e 15 de Maio no Teatro da Trindade).

ZDB muzique: julho na Galeria Zé dos Bois

A programação para o mês de Julho da ZDB muzique conta com nomes como Gizzle, Rodrigo Amado, Hand Habits, Janka Nabay, Jards Macalé e Bonnie Prince Billy, que actua no Teatro da Trindade no dia 26 de Julho.

A programação para o mês de Julho da ZDB muzique conta com nomes como Gizzle, Rodrigo Amado, Hand Habits, Janka Nabay, Jards Macalé e Bonnie Prince Billy, que actua no Teatro da Trindade no dia 26 de Julho.

QUARTA, 5 DE JULHO ÀS 22H
Gizzle | Genes

Gizzle é um símbolo de uma nova América que luta para despontar sob Trump, uma nova América que procura um lugar numa realidade pós-digital, numa era em que os géneros se encontram no centro de novas discussões, em que se redefinem identidades, se escolhem novos posicionamentos.

Actualmente, Gizzle prepara a sua estreia como rapper na editora de Puff Daddy / P Diddy, a Bad Boy, mas na verdade a MC já conta com mais de uma década de experiência a aperfeiçoar a arte em estúdios, a trabalhar em canções sentada em sofás ao lado de grandes estrelas, a perceber como funciona agora uma indústria que aprendeu a conhecer desde pequena. Gizzle é mulher, negra, tem 28 anos, assumidamente gay, rapper, compositora, produtora. Gizzle, enfim, pode muito bem ser o futuro.

Mais recentemente, Gizzle – cujo telefone não deve parar de tocar – ajudou Kanye West a escrever “Real Friends”, uma das peças centrais do aclamado The Life of Pablo, assinou canções para Travis Scott, para Iggy Azalea e T.I., para Kevin Gates e G-Eazy. Ser gay, que até aqui poderia ser um verdadeiro problema no conservador meio do hip hop, parece já não representar o mesmo obstáculo numa cultura que tem sabido encaixar carreiras como a de Frank Ocean ou Syd, do colectivo The Internet: “O que antes era suposto ser uma falha está agora a ser encarado como algo de positivo”, afirmou recentemente Gizzle à Pitchfork. Marcas da tal nova América: não é defeito, é mesmo feitio.

Entrada: 8€  | Bilhetes disponíveis na Flur DiscosTabacaria Martins e ZDB (quarta a sábado 18h-02h) | reservas@zedosbois.org

A programação para o mês de Julho da ZDB muzique conta com nomes como Gizzle, Rodrigo Amado, Hand Habits, Janka Nabay, Jards Macalé e Bonnie Prince Billy, que actua no Teatro da Trindade no dia 26 de Julho.

TERÇA, 11 DE JULHO ÀS 22H
Rodrigo Amado Northern Liberties

Regressado uma longa viagem pelos Estados Unidos e com ‘The Attic’ – numa triangulação com Gonçalo Almeida e Marco Franco – a recolher inúmeros elogios na imprensa internacional, o saxofonista Rodrigo Amado volta ao palco da ZDB com uma nova formação de nome Northern Liberties. Abrigo sucinto para este holding que reúne o músico português a três iluminados da sempre fértil cena jazz norueguesa, num intercâmbio de liberdade e fogo, em estreia viva por estes lados.

Rodrigo Amado é uma figura mais do que reconhecida pelos frequentadores deste espaço. Figura imponente do jazz e da música improvisada europeia ao longo das últimas duas décadas, tem vindo a manter uma rota ascendente de reconhecimento e maturidade sustentada num campo lexical para onde convergem os espíritos mais abençoadas para se libertarem num sopro único. Amado tem na companhia do baterista Gard Nilssen, do contrabaxista Jon Rune Strom e do trompetista Thomas Johansson um alinhamento de mentes em comprimento de onda.

Entrada: 8€ | Bilhetes disponíveis na Flur DiscosTabacaria Martins e ZDB (quarta a sábado 18h-02h) | reservas@zedosbois.org 

A programação para o mês de Julho da ZDB muzique conta com nomes como Gizzle, Rodrigo Amado, Hand Habits, Janka Nabay, Jards Macalé e Bonnie Prince Billy, que actua no Teatro da Trindade no dia 26 de Julho.QUARTA, 12 DE JULHO ÀS 22H
Hand Habits | Cyrus Gengras

Megan Duffy poderá ter nascido oficialmente na região de Nova Iorque, porém o que expressa nas suas canções é uma tradução de ideias, estados e percepções que farão parte do quotidiano de muitos. É esse tom confessional e aconchegante, entre o canto balsâmico e o sussurro agridoce, que aborda uma miríade de sentimentos, relevando afinal um dos segredo da pop: esmiuçar a complexidade emocional através de uma expressividade simples.

‘Wildy Idle (Humble before the Void)’ é efectivamente o disco que melhor expressa o trabalho que Meg tem vindo a desenvolver. Editado no primeiro trimestre deste ano pela Woodsist (Cian Nugent, Woods, White Fence e tantos outros), nele traz ecos dos tempos em que se apresentava como Albany D.I.Y ou a fibra das digressões nos últimos anos com os Mega Bog e Kevin Morby. Num momento especialmente sorridente para Morby, envolto de interesse e aplausos, é o próprio a apresentá-la como uma das vozes mais arrebatadoras deste tempo presente.

Ainda que boa parte destas canções surjam de esboços relativamente esqueléticos (a voz e guitarra, apenas), Meg alcança a fazer delas autênticas esculturas sonoras. Antes de se apresentar por cá ao lado de Morby, é com enorme prazer que a ZDB a acolhe. Será pois um concerto especial, em nome próprio e com um belíssimo novo álbum entre mãos. Algo que suspeitamos que não se repetirá tão cedo.

Entrada: 8€ | Bilhetes disponíveis na Flur DiscosTabacaria Martins e ZDB (quarta a sábado 18h-02h) | reservas@zedosbois.org 

A programação para o mês de Julho da ZDB muzique conta com nomes como Gizzle, Rodrigo Amado, Hand Habits, Janka Nabay, Jards Macalé e Bonnie Prince Billy, que actua no Teatro da Trindade no dia 26 de Julho.SEXTA, 21 DE JULHO ÀS 22H
Janka Nabay and the Bubu Gang

Se a música pode ser um ponto de encontro entre uma nuvem de pontos dispersa de geografia, expressão cultural e até massa geracional, então Janka Nabay é uma força convergente. O espólio sonoro de África calcula-se que seja eterno e ao longo dos últimos anos, muitos têm sido os resgates valiosos ao tempo e à memória – com a consagração, ainda que tardia, mas sempre bem vinda, de grandes mestres. Cabo Verde, Nigéria, Angola ou Etiópia foram regiões que figuraram nessa operação de revalorização, com impulso de carreiras ou uma série de reedições de luxo de material esquecido. Todavia a região da Serra Leoa ainda parece um refúgio exótico de onde ainda consta parca documentação musical. Reconhecida pelo highlife, género tradicional emerso entre múltiplas guitarras e cores garridas, a região guarda ainda a chamada bubu music em que Nabay se estabeleceu como expoente máximo. Actualmente apresenta-se com a sua banda suporte, os Bubu Gang, de onde se incluem membros de bandas como Skeletons, Gang Gang Dance ou Starring. 

Após uma passagem pela pequena mas influente editora True Panther, o mago David Byrne convidou-o para ingressar no catálogo da sua Luaka Bop. É de lá que chega o último disco ‘Build Music’, editado em março deste ano. Provavelmente o seu álbum mais consistente até à data, nele a transparência das guitarras enlaçam-se na palete cromática dos sintetizadores, abrindo espaço às vozes pontuais e portadoras de uma verdade regenerativa, para ser partilhada no colectivo. Esta é música que celebra, pacifica e adorna, com as formas mais elegantes, qualquer momento de silêncio como uma tela em branco. Haja sol, calor e Janka Nabay que o Verão já arrancou.

Entrada: 8€ | Bilhetes disponíveis na Flur DiscosTabacaria Martins e ZDB (quarta a sábado 18h-02h) | reservas@zedosbois.org 

A programação para o mês de Julho da ZDB muzique conta com nomes como Gizzle, Rodrigo Amado, Hand Habits, Janka Nabay, Jards Macalé e Bonnie Prince Billy, que actua no Teatro da Trindade no dia 26 de Julho.TERÇA, 25 DE JULHO ÀS 22H
Jards Macalé | Ricardo Dias Gomes

Nascido Jards Anet da Silva no bairro da Tijuca em ambiente familiar musical, Macalé é um dos verdadeiros heróis da música brasileira. Sem o reconhecimento generalizado de alguns dos seus contemporâneos, mas amplamente citado e reverenciado pelos mesmos e demais horda de apaixonados pelo impressionante legado cultural do Brasil, Jards Macalé tem deixado um rasto discreto e pausado mas de importância social e histórica fundamental para a compreensão do mesmo.

Eterno agitador em desalinho com quaisquer tendências ou cenas, demarca-se por uma consciência política e social constante, onde o seu discurso afiado se une a uma certa crueza sonora de acerto simbólico. Apesar de inicialmente alinhado com as ideologias do tropicalismo colaborando com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa, viria a romper essa ligação por achar que este tinha perdido a sua autonomia perante a indústria musical. Longe da orquestrações oníricas e dos arranjos intrincados de alguns dos clássicos do movimento, o álbum de estreia homónimo de 1970 aponta desde logo para essa cisão, numa música igualmente voraz no modo como faz convergir linguagens – jazz, blues, bossa, samba – mas despida de artifícios, envolta na poeira da realidade circundante. 

Macalé tem hoje um legado riquíssimo e de uma actualidade e pertinência inquestionáveis, à imagem da sua figura anarquista e continuamente contestatária para com a autoridade e a opressão. Exemplo de absoluta independência criativa que muito nos honra receber na ZDB. BS

Entrada: 8€ | Bilhetes disponíveis na Flur DiscosTabacaria Martins e ZDB (quarta a sábado 18h-02h) | reservas@zedosbois.org 

A programação para o mês de Julho da ZDB muzique conta com nomes como Gizzle, Rodrigo Amado, Hand Habits, Janka Nabay, Jards Macalé e Bonnie Prince Billy, que actua no Teatro da Trindade no dia 26 de Julho.QUARTA, 26 DE JULHO ÀS 21H30
Bonnie ‘Prince’ Billy | Matt Kivel no Teatro da Trindade

Desde o início dos anos 90 que Will Oldham é uma personagem feita de vários alter-egos, construído por músicas e imagens. Testemunhou o último grande sopro artístico do indie rock, recuperou um género proscrito (o country) e deu-nos a ouvir, como se fosse a primeira vez, essa manifestação de uma voz e de um texto chamada canção.

Fê-lo primeiro num tom desconfiado, quase lúgubre, duro, inspirado tanto pela honestidade do punk, como pelos ecos das montanhas Apalaches. Neste período, os seus discos tinham a assinatura de Palace Brothers, Palace Music ou apenas Palace, e inauguravam, para muitos, um novo género: o country alternativo. A partir de 1997, e até hoje, as coisas mudaram. Oldham abriu-se a versões (Richard Kelly, Leonard Cohen), foi alvo de versões (Johnny Cash, Mark Kozelek, Mark Lanegan) e colaborações (Björk, Current 93, Tortoise), envolveu-se em projectos laterais (com Matt Sweeney) e, sobretudo, tornou as suas canções mais partilháveis, mais próximas de quem as escuta. O humor, a exploração de outros arranjos e tradições da música popular americana (gospel, folk), a presença de vozes femininas e uma certa leveza contribuíram para essa intimidade.

Só as relações amorosas, a família, a liberdade, os temas eleitos do personagem, entretanto rebaptizada com o nome de Bonnie ‘Prince’ Billy, resistiram ao tempo. Neste retorno a Lisboa, a solo, traz-nos os temas compostos ao longo de vinte anos!

Will Oldham: voz e guitarra

Bilhetes: 15€ | Bilheteira on-line ou na bilheteira do Teatro da Trindade.

 

Wolf Eyes apresentam “Undertow” em Lisboa

Os Wolf Eyes estão de regresso às edições com “Undertow”. A ser editado pela Lower Floor, o novo registo promete abrir um novo caminho para o rock do colectivo, agora enriquecido pelos projectos paralelos dos seus músicos: Faling Light, Regression ou Henry & Hazel Slaughter. Depois das estreias com “Dread” e “Dead Hills”, os Wolf Eyes assumiram o destaque do underground americano, mostrando que havia um caminho além do garage e stoner rock. Explorando ritmos lentos e sebosos, electrónica agitada, riffs distorcidos até ao ruído total, vozes guturais, o colectivo faz do noise uma celebração.

Wolf Eyes foram capa da The Wire, tocaram com Anthony Braxton e construíram uma muito respeitável legião de fãs, mas nunca se deixaram domesticar. Proletários de Ann Arbour (como os Stooges), adoradores da festa, mais ou menos bebida, exímios praticantes de headbanging, irromperam no underground americano com um fabuloso par de discos: ‘Dread’, de 2002 e ‘Dead Hills’, de 2003. Não, não se tratava de garage ou stoner-rock. O puxão de orelhas que Aaron Dilloway, Nate Young e John Olson deram, com alegria e estardalhaço, à geração Pitchfork tinha outros sons: ritmos lentos e sebosos, electrónica agitada, riffs distorcidos até ao ruído total, vozes guturais. Em poucas palavras: música industrial resgatada à erudição e ao distanciamento do pós-punk inglês e entregue ao desvario pós-juvenil de punks alimentados no hardcore, no metal e no dub.

Quem assistiu aos concertos do trio na ZDB sabe que os Wolf Eyes fazem do noise uma celebração e que cultivam todo um imaginário que muito deve ao cinema de horror e ao death-metal. Mas os extremismo param aí, isto é ficam-se pela música, não a transcendem, não há programa. O que há é um grande e irrequieto amor pela música que se manifesta na extensa discografia individual dos três músicos ou nos diversos projectos paralelos (Faling Light, Regression ou Henry & Hazel Slaughter).

Entretanto, em Março, editam o ‘Undertow’ (pela nova editora da banda Lower Floor) e o anúncio de uma digressão europeia confirma o que adivinhávamos. O rock and roll dos Wolf Eyes não só não morreu, como ganhou novas virtudes depois das aventuras a solo dos seus músicos. Por isso, esta noite só se ouvirá uma frase: For Those About to Rock We Salute You!

Os bilhetes já se encontram à venda na ZDB, Tabacaia Martins e Flur por 10 euros.

Filipe Felizardo & The Things Previous: segundo episódio acontece em Março na ZDB

Filipe Felizardo & The Things Previous segundo episódio acontece em março, na Galeria Zé dos Bois (ZDB). Depois de em Janeiro, Filipe Felizardo ter iniciado um novo e ambicioso projecto: partindo de uma banda base formada pelo próprio, por Tiago Silva nas guitarras e por Gabriel Ferrandini na percussão e com design de luz de António Júlio Duarte. Sob o epíteto, Filipe Felizardo & The Things Previous, Felizardo irá procurar com mais detalhe todas as preocupações e referências que têm vindo a assombrar a sua música – blues, música tradicional japonesa e noise rock. Sob a forma de um work in progress, dividido em quatro episódios, e abrindo espaço a mais colaboradores, o músico reinterpreta as quatro composições que darão origem ao seu próximo disco,  num processo de reordenação, aprendizagem, expansão e troca que é no fundo todo um acto de redescoberta pessoal.

木瓜 corresponde à segunda apresentação da residência artística de Filipe Felizardo & The Things Previous na ZDB e acontece a 15 de Março pelas 22h00.

Os bilhetes já se encontram à venda na Flur, Tabacaria Martins e ZDB por 6 euros.

Fonte: Sara Cunha

Norberto Lobo na ZDB servirá para preparar o próximo disco

Pela primeira vez veremos Norberto Lobo a compor para uma formação, naquilo que será o primeiro passo na construção do sucessor de “Muxama”. No primeiro encontro, marcado para 4 de Março às 22h00, Lobo será acompanhado por Marco Franco, na bateria e Ricardo Jacinto, no violoncelo.

Março marca o arranque da residência artística de Norberto Lobo na ZDB. Ao longo de três meses, o músico apresentar-se-á em três concertos que servirão para mostrar trabalho inédito, a ser desenvolvido na Galeria Zé dos Bois durante esse período
Norberto Lobo na Galeria Zé dos Bois

Terminado recentemente o arco narrativo d’A Volúpia das Cinzas de Gabriel Ferrandini e com ‘A Conference of Stones and Things Previous – VI’ de Filipe Felizardo ainda em processo de descoberta pessoal, a ZDB continua a estreitar relações de carinho e respeito com alguns dos músicos cujo trabalho aparece de uma forma mais ou menos livre intimamente ligado a esse espaço, através de residências de inigualável valor criativo e humano. Nesse contínuo de trabalho franco e destemido, o nome de Norberto Lobo afigura-se como uma escolha tão natural quanto gratificante dada a sua singularidade e toda uma cumplicidade mútua ao encarar o desconhecido com bravura.

Um dos mais justamente acarinhados e reverenciados músicos que apareceram no burgo, Lobo tem vindo a desenhar com uma minúcia, sede e fascínio únicos um importantíssimo trajecto à guitarra desde que se estreou em nome próprio com ‘Mudar de Bina’ em 2007. Desse primeiro registo onde se delineavam vignettes de recorte melódico puro rendilhadas na americana e no fingerpicking de heróis como John Fahey, Robbie Basho ou Jack Rose com encarnação devida do espírito do enorme Carlos Paredes – desde logo patente no título -, foi explorando contínua e apaixonadamente novos caminhos ao longo de uma duradoura relação com a Mbari em três álbuns como que a evocar desígnios para os expelir numa voz só sua.

Com colaborações mais ou menos perenes em projectos como Tigrala, Denki Udon e com particular pertinência com João Lobo em Oba Loba, a espelharem de forma mais do que digna essa mesma inquietude face à estagnação de formas e conteúdos, Lobo chega com os magistrais e reveladores ‘Fornalha’ e ‘Muxama’ pela suiça three:four a um novo patamar de elevação, onde a sua lírica se imiscuí por entre o mantra, o abismo e o absoluto para se dotar de uma linguagem profundamente sua, mas constantemente aberta, onde harmonia e textura se confundem naquele dedilhar.

É nesse campo aberto e volátil que Lobo se irá apresentar agora para uma residência na ZDB entre os meses de Março e Maio, com três actuações numa relação piramidal estreita com o trompetista Yaw Tembe (sessão de Maio) – membro de projectos como Zarabatana ou Gume e incansável sopro de vida por estes lados – e com o baterista Marco Franco – polvo com tentáculos que vão da pop ao free e que temos acompanhado recentemente nos Clocks and Clouds ou Memória de Peixe – aos quais se poderão juntar outros músicos naquele que é o mindset mais próximo da gloriosa radição standard em que guitarrista já esteve.  Nesta primeira apresentação junta-se a este trio o  violoncelista Ricardo Jacinto – nome com larga actividade no domínio da música improvisada que tem colaborado com gente como Nuno Torres ou David Maranha. Aquela curiosidade enorme que nos deixa imensamente orgulhosos. 

Os bilhetes já se encontram à venda na Flur, Tabacaria Martins e ZDB por 8 euros.

Fonte: ZDB

 

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